por Machado de Assis

Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:

“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela

Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”

Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,

Que, da grega coluna à gótica janela,

Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”

Mas a lua, fitando o sol com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela

Claridade imortal, que toda a luz resume”!

Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…

Enfara-me esta luz e desmedida umbela…

Por que não nasci eu um simples vagalume?”…

Quadrilha, por Carlos Drummond de Andrade

O Rio, por Vinícius de Moraes

Matinal, por Mário Quintana