por Mário Quintana

Entra o sol, gato amarelo, e fica
à minha espreita, no tapete claro.
Antes de abrir os olhos, sei que o dia
virá olhar-me por detrás das árvores.

Ah! sentir-me ainda vivo sobre a face da Terra
enquanto a vida me devora…
Me espreguiço, entredurmo… O anjo da luz espera-me
Como alguém que vigiasse uma crisálida.

Pé ante pé, do leito, aproxima-se um verso
para a canção de despertar:
os ritmos do tráfego vibram como uma cigarra,

a tua voz nas minhas veias corre,
e alguns pedaços coloridos do meu sonho
devem andar por esse ar, perdidos…

Quadrilha, por Carlos Drummond de Andrade

O Rio, por Vinícius de Moraes

Poética, por Manuel Bandeira