Nos últimos dias, um vídeo onde uma garotinha questiona o porquê dos meninos terem sempre que brincar com bonequinhos de super-heróis e carrinhos, enquanto as meninas devem sempre brincar com bonecas, ganhou grande repercussão na internet, sendo destaque em sites de todo mundo. Mas pouco se discutiu a respeito.
Escute a análise da indignação da menina Riley diante a opressão da indústria cultural:
Olá desordeiros, meu nome é Eder Juno e participo do Desordem Pública implementando críticas a eventos de grande impacto na atualidade. Conheçam meu blog, onde são discutidos assuntos semelhantes: http://criandocondicoesaliberdade.blogspot.com
Caso queiram ler o áudio:
“É Riley, realmente não é justo uma sociedade onde crianças tenham suas escolhas condicionadas, de acordo com companhias que controlam o mercado. Afirmações que rotulam um comportamento como normal ou correto para crianças permeiam a nossa sociedade, negando e punindo tudo o que caminha pela contramão.
Tal como em sociedades que vemos como arcaicas, ao recriminar seus membros quando não participam de modo coerente e fiel dos rituais, olhando de fora, nossa sociedade pode ser vista da mesma forma. Tudo pode ser explicado por uma tendência humana a se adaptar a comportamentos tidos como melhores socialmente. Em primeira instância, uma postura inteligente mas, transcendendo, percebendo o “comportamento” mecanicista por de trás, torna-se um aprisionamento de si mesmo em um papel já pré-estabelecido.
Estudos referentes ao assunto indicam que existem algumas diferenças inatas entre o comportamento natural de meninos e meninas, levando em consideração a nossa natureza biológica. Pesquisadores de campo observaram, em seus experimentos com recém-nascidos até crianças de 2 anos, um maior interesse dos meninos a brinquedos com relações mecânicas e meninas a brincar com bonecas.
Outro estudo foi realizado com chimpanzés bebês e foi observada a maioria dos machos brincando com galhos imaginados como armas, enquanto fêmeas brincavam com gravetos de ninar um bebê. Claro que, de distinções nas escolhas de brincadeiras quando bebês a comportamentos nitidamente diferentes durante o desenvolvimento da vida de ambos os gêneros, a cultura é efetivamente predominante, e não a genética.
Assim, para o pequeno olhar de antropóloga de Riley, é de se estranhar que a maioria das meninas prefira rosa e todos os meninos queiram super-heróis. E isso realmente não é natural. A todo momento, na família e na mídia, é construída uma imagem indicando para as crianças qual é a melhor forma de comportamento social, condicionando suas vontades, desejos e sonhos.
Mas aqueles que não caem neste encantamento, como a pequena Riley, acabam por sofrer as conseqüências de serem marginalizados socialmente”.
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