Este é o nosso último poema do ano, afinal de contas, é a última semana do ano. E nesta época, fazemos projetos, idealizamos sonhos diversos, metas a alcançar; somos pego pelo sentimento da esperança. E é dela o nosso último poema.

por Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
– ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
– Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
– O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

Quadrilha, por Carlos Drummond de Andrade

O Rio, por Vinícius de Moraes

Matinal, por Mário Quintana