Sábado, 24 de abril de 2010. Um dia nublado, com cara de chuva, mas que mesmo assim faria muita gente curtir uma praia em Acapulco. Era o dia do 2º Festival da Boa Vizinhança!
Milhares de Chavesmaníacos rumaram até o Mart Center, na zona norte de São Paulo, para poder ver de perto Edgar Vivar e Carlos Vilagrán, Sr. Barriga e Quico! E o dia foi mais uma daquelas provas que somente um fã pode passar.
A começar pelo “transporte gratuito“. Quem quis economizar algumas pratas e esperar pelo transporte fornecido pelo evento, era mais fácil ter ido ver o filme do Pelé, ou tomado leite de burra esperando a porca botar um ovo. Este mísero blogueiro chegou na fila das vans às 10h20 da madrugada, e só conseguiu embarcar às 12h11 (horas acertadas de acordo com o relógio da Catedral de Londres). Após este longo período de espera e demora, que foi encurtado porque muitos fãs resolveram sair da fila e ir de taxi ou com a perua do tiozinho (que cobrou R$3,00 na primeira viagem e, na sua segunda, já queria cobrar R$5,00), os fãs tinham que pegar uma outra fila gigante para retirar os ingressos. O meu eu peguei mostrando apenas a cópia do e-mail de confirmação do pagamento (obrigatório), nem conferiram nada. Qualquer um que tivesse uma cópia do e-mail entrava de graça. Que burros, zero pra eles!
A festa foi organizada e dirigida pelo fã clube Chespirito Brasil. Mas por favor, não caçoem dele. Talves pra vocês o trabalho do pessoal pareça tolo, bagunçado, mas é que deve-se levar em conta que se tratam de indivíduos sem nenhum preparo, de pobres diabos que nem sequer concluiram o primário, pobres infelizes que mal aprenderam a ler e escrever, uns pobre coitados que nunca fizeram um bom evento na vida! O 2º Festival da Boa Vizinhança não foi aquela coisa que se diga “minha nossa, que grande evento, que eventaço”, mas foi uma boa festa. Realizada num espaço mais parecido com um galpão abandonado, sem ventilação alguma, o ânimo das 5 mil pessoas presentes se deu pela alegria e bom humor dos fãs do seriado Chaves. Era possível ver muitas Chiquinhas, Quicos e Chaves desfilando pelo evento, e fãs vestindo camisetas e adereços que lembravam os ídolos mexicanos!
Quem foi no evento (eu) não teve o prazer de comer um sanduíche de presunto tomando um suco de tamarindo (meu sonho), mas pode se deliciar com um cachorro quente sem nada de 5 mangos, ou um copo daqueles sucos de maquina (?) custando 4 pratas! O olho da cara!
- Mamãe? Você ficou caolha?
O que não se pode criticar é a criatividade dos organizadores. Tudo o que você podia imaginar, do universo chavístico, estava lá: uma réplica da vila, os brinquedos das crianças, as caixas de latas e garrafas vazias, o disco voador do Quico, o bilboquê do Chaves, o pau (ahn?) que o Chaves equilibra (ahn?), aquela calça com catapora(?) da Dona Florinda, bem como a toalha da velha coroca com as marcas das mãos sujas do Chaves, pendurada no mesmo varal onde estavam as gravatas do Seu Madruga que foram usadas pela Chiquinha para pular corda, o frango da Dona Clotilde, os aerolitos, a peruca de Sansão, a máquina de lavar roupa da Dona Florinda, a lixeira que dorme com o clorofórmio (episódio do Chapolin), entre muitas coisas!
Outra atração muito bacana que teve no festival foi a presença dos dubladores da série, fazendo algumas brincadeiras entre eles e imitando os seus personagens! Só não foi melhor porque o esquema de som estava péssimo, e muitos não conseguiam entender o que era falado. Aliás, o som prejudicou o entendimento até mesmo dos clássicos episódios de Chaves e Chapolin que passavam nos “telões”. Aliás, se existiam telões, porque não se pensou em filmar as atrações do palco e colocarem nos telões, para que mais gente pudesse assistir sem tem que se espremer ou se empurrar?
Os fãs passaram sufoco, aperto, calor, fome (imagine um evento onde são esperadas milhares de pessoas e, para elas comerem, seja necessário pegar uma fila para comprar fichas, para aí sim elas irem pegar outras filas para terem o seus lanches), e raiva com os organizadores tentando “arrumar” a bagunça, sem o esperado preparo… Mesmo assim, os chavesmaníacos conseguiram, na base do empurra, na ponta dos pés ou em cima de mesas, avistar o Sr. Barriga cantando o Tchuin Tchuin Tchunclain e o Quico dançando sua música e fazendo brincadeiras! Memorável!
O Pânico na TV quis chamar a atenção, mas os fãs do Chaves são realmente fiéis. Enquanto alguns cercavam os humoristas da Rede TV, os outros milhares acompanhavam atentos as atrações do palco, e a presença do Sr. Barriga. Foi aí que Vesgo, Sílvio e Polvilho resolveram berrar para subirem ao palco, no meio do evento, e receberam um sonoro “EI, PÂNICO, VAI TOMAR NO C*”! Depois de muita insistência, e segundo alguns, empurra empurra da equipe deles e cotoveladas de seus seguranças, O Pânico subiu e ouviu milhares de vozes entoando “IH, FORA! IH, FORA!. Aos gritos, na orelha do coitado do Sr. Barriga, o Vesgo anunciou o cheque pagando os 14 meses de aluguel atrasado, e Polvilho apareceu fantasiado de Seu Madruga. Não se sabe ao certo o motivo da emoção de Edgar Vival , mas o ator começou a chorar e os seguranças retiraram o Pânico do palco. Isso não aparece na matéria deles, veja:
Apesar da gentalha, o evento valeu a pena! Quem sabe, numa próxima oportunidade, além dos dois astros não vem também Maria Antonieta de Las Nieves, a Chiquinha? Seria muito legal! Acho que a vinda de Chaves e Dona Florinda (Roberto Bolaños e Florinda Mezza) seria mais complicada, visto que, na minha opinião, Bolaños dificilmente participaria de eventos como o de sábado, e que Florinda é tão chata quanto sua personagem no seriado. Além do mais, Vilagrán e Bolaños não se dão muito bem…
Vamos torcer para que no ano que vem, neste mesmo canal e neste mesmo blog, possamos estar lendo a história de mais um encontro com nossos eternos ídolos!
Boa noite meus amigos, boa noite vizinhança! Prometemos despedirmos, sem dizer “adeus” jamais! Pois haveremos de nos reunirmos, muitas, muitas vezes mais!
Posts Relacionados
Uma pequena homenagem ao grande Chespirito
Chaves e a Crítica Social
O primeiro protesto a gente nunca esquece