Por Carlos Drummond de Andrade
Mas que coisa é homem,
que há sob o nome:
uma geografia?
Um ser metafísico?
uma fábula sem signo
ou desmonte?
Como pode o homem
sentir-se a si mesmo,
quando o mundo some?
Como vai o homem
junto de outro homem,
sem perder o nome?
E não perde o nome
e o sal que ele come
nada lhe acrescenta
nem lhe subtrai
da doação da pai?
Como se faz um homem ?
Apenas deitar,
copular, à espera
de que do abdômen
brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes
de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai
e outro pai