Há um pedaço de terra neste planeta azul onde as coisas não costumam ir muito bem. Aliás, na verdade, acho que nada deu muito certo por lá. Aquele pedacinho de terra, tão quente e arenoso, tão pequeno e insosso, meio sem graça, meio desgraçado, quase sempre atrai os olhos do mundo todo.
Eva e a Submissão Feminina
“Deus disse: Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher (…) maldita é a terra por tua causa”.
Hoje, 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, data símbolo de todo o conjunto de lutas e memórias sobre as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, bem como o embate contra a discriminação e a violência que sofreram ao longo da história. A existência desta única data para tamanha celebração já indica o grande abismo existente entre as condições de homem e mulher na sociedade.
Pouco se questiona a respeito desta desigualdade. Sempre tratadas como “o sexo frágil”, as mulheres sempre foram criadas para permanecerem enclausuradas em suas casas, atrás de seus fornos; em seus quartos, atrás de suas sexualidades; em seu coração, atrás de seus sentimentos. Tal submissão tem uma origem, do ponto de vista do nosso modo “cristão ocidental” de ver o mundo e de inventar interpretar a realidade.
A partir deste ponto de vista, a origem de toda a submissão da mulher ao homem, e de todos os problemas e desigualdades que as mesmas enfrentam pode ser apontada na Bíblia. Em seu primeiro capítulo, o Gênesis, está descrita (literalmente) a criação de toda a condição do “ser” mulher.